APLICAÇÃO do Ultrassom e Ácidos Orgânicos na Sanitização de Morangos (fragaria x Ananassa Duch.)

Nome: PRISCILA DONATTI LEÃO ALVARENGA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 05/06/2018
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
JACKLINE FREITAS BRILHANTE DE SÃO JOSÉ Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA CRISTINA NASCIMENTO CHIARADIA Suplente Interno
CHRISTIANE MILEIB VASCONCELOS Examinador Externo
ERIKA MADEIRA MOREIRA DA SILVA Examinador Interno
GERALDA GILLIAN SILVA SENA Suplente Externo
JACKLINE FREITAS BRILHANTE DE SÃO JOSÉ Orientador

Resumo: Os consumidores têm interesse no consumo de alimentos seguros, com tempo de armazenamento longo e que não apresentem alterações significativas na qualidade nutricional e sensorial após o processamento. Neste sentido, o consumo de frutas e hortaliças prontas para o consumo tem crescido. Para estes alimentos, a etapa de sanitização é considerada a etapa crucial para o controle da contaminação microbiológica. Os compostos clorados são os principais agentes sanitizantes utilizados. Entretanto, há indícios que estes agentes sanitizantes quando combinados a matéria orgânica em estado inicial de decomposição podem ocasionar a formação de subprodutos considerados como tóxicos. Desta forma, atualmente, há interesse em estudar sanitizantes e processos alternativos a aplicação de compostos clorados em frutas e hortaliças. Dentre as estratégias propostos, têm-se a aplicação de ácido acético, ácido peracético e do ultrassom. Os ácidos orgânicos têm ação antimicrobiana reconhecida e não produzem subprodutos durante sua aplicação. Já a utilização de ultrassom em alimentos tem sido estudada por tratar-se de método não-térmico que reduz a carga microbiana de alimentos. Trata-se de uma tecnologia que gera ondas de alta amplitude com baixa frequência, onde os efeitos físicos e químicos têm capacidade de danificar a parede celular de alguns micro-organismos. O objetivo do trabalho foi avaliar a aplicação de ultrassom combinado ou não a ácidos orgânicos como tratamentos alternativos na sanitização de morangos. Foram realizadas análises microbiológicas (mesófilos aeróbios, fungos filamentosos e leveduras, coliformes a 35 °C e E. coli intencionalmente inoculada) e análises físico-químicas (pH, acidez total titulável, sólidos solúveis totais, relação sólidos solúveis totais e acidez totoal titulável, vitamina C, antocianinas totais e perda de massa) nos dias 1, 3, 6 e 9 de armazenamento. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA), análise de regressão, teste de correlação de Pearson e teste de Duncan a 5% de probabilidade. Foi observado que o tempo de armazenamento interferiu significantemente nos valores de pH, acidez total titulável, sólidos solúveis totais e relação sólidos solúveis totais e acidez total titulável (p<0,05). Verificou-se que os tratamentos promoveram redução do conteúdo de vitamina C nas amostras entre o 1º dia até o 3º dia, exceto na amostra tratada com ultrassom. Após o 6º dia ocorreu queda do conteúdo de vitamina C em todos os tratamentos, fato que pode estar relacionado a senescência do tecido vegetal. Os valores de antocianinas não variaram em relação ao tratamento ou ao tempo e apresentaram média geral de 13,47 mg de antocianina/100g de morangos. A perda de massa não foi afetada significativamente pelos tratamentos aplicados (p> 0,05). As contagens de mesófilos aeróbios e coliformes a 35 °C não apresentaram diferença significativa (p < 0,05) entre os tratamentos de sanitização aplicados. Os tratamentos executados promoveram redução entre 1,09 a 2,48 log de UFC/g e 0,89 e 1,45 log de UFC/g de mesófilos aeróbios e coliformes a 35 °C, respectivamente. Para fungos filamentosos e leveduras observou-se que houve diferença significativa em relação ao tratamento e ao tempo (p<0,05). Observou-se reduções entre 0,76 e 1,99 log de UFC/g na contagem de fungos filamentosos e leveduras. Os tratamentos com ultrassom em combinação com ácido peracético e ácido acético permitiram redução decimal de fungos filamentosos e leveduras (p<0,05). Não houve diferença significativa entre o tratamento com hipoclorito de sódio e o ultrassom (p<0,05). Todos os tratamentos avaliados promoveram redução significativa da contagem de E. coli (p<0,05). Os tratamentos com ácido peracético, ácido acético, hipoclorito de sódio, ultrassom e ultrassom combinado ao ácido acético promoveram reduções estatisticamente iguais (p>0,05). Por meio da microscopia eletrônica de varredura foi possível observar células de E. coli fragmentadas devido ao tratamento com ácido acético e ultrassom. Nos tratamentos com ácido peracético e este combinado ao ultrassom pode-se observar reduzido número de micro-organismos na superfície do morango, alteração da morfologia e fragmentos de células de E. coli. Conclui-se que a combinação de ultrassom e ácido peracético pode ser uma alternativa para garantir a segurança microbiológica sem provocar alterações significativas nas características físico-quimicas de morangos.

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